maçã

osab
ordo
dese
joed
onos
soim
enso
amor
fica
entr
eobe
ijoe
amor
dida
nado
ceca
rnev
erme
lhae
dura
dama
çãdo
amor

vida que segue

todo caminho que se traça
tem uma pedra que tropece
toda praça em que se passa
tem uma rua que atravesse
toda pressa que se atrasa
tem uma calma que exerce
toda missa que se faça
tem uma prece que se reze
toda culpa que desgraça
tem um deus que se confesse
toda cena de cinema
tem um fim que não se esquece
toda peça que se encena
tem o aplauso que merece
todo galho que renasce
tem uma folha que fenece
todo chão que a chuva molha
tem uma rosa que floresce
toda fruta que desaba
tem um solo que amortece
todo verso que se colhe
tem uma rima que se preze
todo lado em que se olha
tem um mar que engrandece
toda janela que se abre
tem um vento que arrefece
toda lua que se faça
tem um céu que escurece
toda chuva que ameaça
tem um sol que amanhece
todo amor que se enlaça
tem um beijo que aquece
toda gente que se abraça
tem um coração que amolece
todo calor que aproxima
tem uma face que enrubesce
toda mentira que disfarça
tem a verdade que prevalece
toda dúvida que se lança
tem a razão que esclarece
todo tempo que se passa
tem a vida que se segue

pipas

...

pipas voam alto:
quantas cores vibram num
céu azul cobalto!

...

orvalho

...

reflexos no galho:
o sol fotografa cedo
as gotas de orvalho

...

ipê

...

ipê amarelo
até o sol vem mais perto
pra vê-lo

...

flamboyant

...

doce quimera -
primeira flor no jardim
sem ser primavera

...

relâmpago

...

céu relampejou -
o dia ficou maior
dentro da noite

...

haicai do caqui

...

o caqui 

que aqui cai

não quica

...

amor

noite de amor

luz contra luz

nada se diz

tudo seduz

nova

pel
osp
oro
sap
ele
pel
oap
elo
exp
ele

voa

a 

hora 

passa -

ro e

vo

a

na beira da praia

  

no céu

onde a lua

é cheia

sob o luar

o mar que 

mareia

por ora

um peixe

passeia:

onde é

que mora

aquela

sereia?

...

o amor

é esse

jogo:

chama
que acende
 
luz que 

surpreende

queima
até derreter
o fogo

psiu

 nada ouve entre nós
: só o silêncio
 

a vida parada

a essa hora

tudo estático

a vida como

se não respirasse

o ar como

se não movimentasse

o momento

a esse tempo

se estagnasse

dentro do mundo

tudo enigmático

e só o dia

com suas pernas

e pés não

deixasse de andar

andando andando

até não

sair do lugar

como se o vôo da ave

só ele restasse

num movimento

contínuo e lento

tão lento feito

não voasse

a vida

a essa hora renasce

e vive

como se livre

a si própria

outra vez inventasse

meus versos

meus versos
invertebrados
lidos até
o osso do verbo
da existência

entre as trevas
e a luminescência

entre o infinito
e o nada

onde se
lê nas
entrelinhas do
horizonte

esse lá
que o crepúsculo
queima
e arde
e vibra

nos versos
inveterados
com seus signos
e insígnias

lidos
na memória
do homem
enquanto
resiste a
vida

hoje

ho
je
nem
mais
um
pas
so
da
ria

hou
ves
se
es
pa
ço

nem
de
den
tro
de
mim
sai
ria

rio rosa

quando penso
dentro da flor
imagino onde
o mundo cabe

dentro da flor
mora um rio

passa devagar
esse rio rosa

essa coisa de água
que dos olhos foge 

transborda
na dobra do mundo
na beira do rio
 
(e eu rio)

rir às vezes
me transborda

beaucoup

uma coisa é fato:
un “ménàge à trois”
é três pro quarto

poepopéia

clique no poema

lábio

a língua
lambe
o lábio
superior

debaixo
da língua
dói
a íngua
na dor

dormente
dorme
meu lábio
inferior

palavras sem fundamento

melhor ouví-las 

de passarinho.

na impropriedade do vento

borboletas desavisadas

voam de esquerdo

aritmética

um
dos
dois
serão
três
para
quatro
não
serem
cinco
pois
seis
que
sete
serão
oito
se
noves
fora
zero

lagolagoa

 clique no poema

ar

NO

AR

NÃO

HÁ

VEN

TO

À

TOA

PRA

QUEM

NO

CÉU

VOA

NO

MAR

SÓ

PRA

QUEM

O

VEN

TO

LE

VA

NA

PROA

NA

TER

RA

PRA

QUEM
QUER

QUE

SEJA
SO 
PRA

O

AR

QUE

NO

CO
RA
ÇÃO

ARE
JA

haikais

das palavras o resumo:

lambê-las até

tirar-lhes o sumo

...

o céu vira prata

enquanto uiva pra lua

o cão vira-lata

...

o dia logo vem

num diálogo entre

sol e nuvem

...

clarão do sol -

manhãs de outono

tem alvura de sal

...

amor

clique no poema

concerto

clique no poema

eco

la
n
çar
nu
m
gri
to
a
tr
oz
a
voz
pr
(a)
tr
ás

do
in
fi

ni
t
o

lesma - poema lento

logo 
ali
além
a les
ma
sob
o sol
la
teja
e no
chão
ras
teja
em 
cima
da gos
ma
den
sa
de si
mes
ma
e as
sim
cis
ma
no go
zo
do vis
go
em que
sin
gra
os 
seus
pas
sos
les
mos
nes
se
mara
smo
lento
entre
pe
 dras
esper
mas
e espas
mos
a esmo

(dedicada ao poeta manoel de barros)

quem fui que demora tanto a voltar?

pedra

a queda
da pedra
dura

o tempo
da pedra
inteira

o tempo
que leva
a queda

no tombo
da riban
ceira

eterna
enquanto
perdura

quando
dura uma
pedreira

imóvel
na estru
tura 

arqui
textura
de primeira

se pedra
não se
quebra

pois que
é dura
na queda

na
quebradura
certeira

tanto fura
até que
pedra

 clique no poema

estrelas

estrelas:
como 

entretê-las?

entre 

tê-las
e prendê-las
em entretelas

melhor
star
com elas

santosom

o
sa

n
to
so

m
do
sin
oo
sci
la
no
sa

cro

céu

do

si

lê
n
ci
o

todo dia

todo dia santo

todos os dias são

:

o dia todo

todo santo dia

presente

O 
SOL

QUE

TENHO

É SÓ O

QUE

TENHO

PRA

TE

DAR 

de cá e de lá

a vida
todo dia
 

vai de cá
pra lá

vem de lá
pra cá

nesse

movimento

às vezes
tudo está
arrumado

nem sempre
tudo fica
no lugar

viver é um
barato

(às vezes
caro também)

mas vamos
deixar isso
de lado

a vida
todo
dia

de cá pra lá

de lá pra cá

 de todo lado

a vida vaivém

 muito bem

 obrigado

!

raio

 

clique no poema

deschover

CHO
VER
ATÉ
DIS
SOL
VER
O
SOL

ATÉ
REV
OL
VER
O
SOL
O

DES
CHO
VER
ATÉ
DEV
OL
VÊ-
LO
AO
CÉU

ATÉ
DE
SOL
A
SOL
VÊ-
LO

palavra de
ex-quimó:

morar 
na neve?

never 
more

noite

clique no poema
 

tanto

o dia

voa

como

pensa

mento

nem bem

abro

os olhos

e tudo

tem seu

tor

mento

a tarde

 chega

mansa 
sem

ressenti

mentos

amanhã

é o céu 
que me dá

alento

pensando bem

hoje

já faz

tanto

tempo

.
.
.


 

um dia

basta um dia
pra que seja
tanto 

não um dia só
desses que não
causam espanto
mas um que se
transforme
em muitos
 um dia
em que renove
as horas
um que 
dure a cada
minuto 
a todo tempo
desde que 
esteja agora

basta um dia
um dia apenas
e que seja lento 

mas que nele
caiba todo o
movimento
em que

a vida se
desloque no
passar do
vento

ave, marinha!

ave,  marinha!


cheia de garça:


pescai por nós,


oh, pescadores!

 

estrelar

nem 

se chega

a uma estrela

quando

se quer

apenas de

onde quer

que se

olhe

uma estrela

qualquer

com um

olhar 

e outro

se colhe

de onde 

quer 

que se chova

uma que

num olho

se molhe

 uma

que no céu

se mova

num
lampejo

anos-luz

que num 
piscar

se recolhe


"a noite 
me pinga uma estrela no olho 
e passa" 
(paulo leminski)

acontece

nada

é pra

sempre

tudo

ainda

 é o 
que
 vai 

acon
tecer

 cedo 

ou
tarde

 até 

anoi

 tecer 

solitaire

la mer
le temp
l’hiver
le vent

un amour
une fleur
une douleur
qui me font
pleurer

et je pleure

la lumière
de soleil
un bateau
à mon coeur

je suis seul
je n’existe pas

un oiseau
dans le ciel
qui vole
doucement
c’est moi.

falar

falar

lançar

a palavra

 no ar

fazer

com ela

um trato

de efeito

dizer
pouco

ou tudo

o que tem

direito

dar
um nó

na voz
de não

ter mais
jeito

falar

falar

falar

até

faltar
ar

no
peito